Eu o odiava! Cada vez que o olhava sentia raiva e pensava estar no mesmo ambiente que um tolo.
Com o tempo percebi que não.
Ao meu ver ele era um pássaro e pássaros foram feitos para serem livres. Por mais que a gente cuide, dê água e comida se a porta da gaiola se abrir ele vai voar. E era isso que suas atitudes demonstravam, pelo menos pra mim.
Não conheci ninguém que quis sair das asas da mãe e viver o mndo, que quis dar a cara e a coragem para sobreviver, ser feliz e ralar muito.
Sabem, fico pensando no tempo em que ele perde se matando para ser independente. Na teoria é bem mais fácil.
Eu teria chutado o balde e voltado para a casa dos meus pais. Como será o cansaço dessa pessoa aos trinta anos?
Quantas horas de sono perdido? Quantas festas com os amigos se foram? Quantas preocupações em sua mente?
Ouvi dizer que nunca teremos um fardo maior do que possamos suportar e se esse é o fardo desse pássaro eu desejo toda a sorte do mundo. Só espero que esse pássaro não esqueça de curtir a natureza, que não busque só sua necessidade mas que possa gozar de uma vida.
Tomara também que ele encontre alguém tão esforçada quanto e que possam crescer juntos, que seus filhos reconheçam a pessoa que esse homem se tornou. Que tenha um carro e uma casa maravilhosa e que possa ter tudo o que sonhou, mas acima de tudo que tenha amor, carinho e respeito. Que tenha honra, que seja digno e tenha carater, pois eu acho que é isso que a vida está lhe ensinando.
Fernanda Ferancini
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