domingo, 20 de março de 2011

Pesadelo Real

Hoje acordei meio anestesiada. Fora de mim. Não
conseguia distinguir realidade com o que eu vi na noite
passada.
Nem me lembro como cheguei na casa da minha amiga essa noite tentando afogar as mágoas.
Para minha depressão total no santo domingo, estava chovendo. Sem sol, sem vida, tudo negro.
Me levantei, arrumei minha bolsa e fui para minha casa. Andando naquela avenida morta, numa manhã chuvosa e os pensamentos me afogando nas tristezas da vida as lágrimas, por mais que as segurassem, cairam pelo meu rosto.
Meu peito doía. Era insuportável. As cenas na minha cabeça tomavam forma e vida sozinhas e no fim dava replay para me atormentar mais ainda.
Entrei no ônibus sem rumo e nem vi o caminho passar. Tinha dormido apenas quatro horas, mas estava sem um pingo de sono. Só queria chegar em casa e saber que estava tudo normal.
Que veria meu pai lá. Que veria minha família feliz. Que minha honra sempre estivera no lugar de onde nunca devia ter saido. Que o meu amor estivesse correspondido.
Mas é claro que não. A vida continua, nos dá rasteira e nos joga na cara que você nasceu para ser infeliz. Meu pai não estava lá. Minha família não estava unida e feliz. Minha honra fugiu. Meu amor estava mais mal correspondido que carta de um soldado na guerra.
Agora não sei como vou levar a vida. Deixa os dias irem passando e as coisas irem acontecendo. Agora me fechei de vez e de verdade.
Meu pesadelo ia além da cama. Era meu pesadelo real.

Nenhum comentário:

Postar um comentário