sábado, 19 de fevereiro de 2011

Parte II




A cada dia que passava o menino com cara de mal me fascinava mais. Principalmente por estarmos nos aproximando graças a convivência diária.

Ele era do tipo de menino certinho, mas seus olhos não negavam que um dia ou outro aprontava umas e outras.
Oras, está na genética masculina aprontar poucas e boas!
Ele era bem tranquilo e adorava seu fone de ouvido enquanto estava concentrado. Era demais.
O olhava com fascínio: "Ele tem que ser meu!"
Sabia que já tinha namorado uma garota, mas eu não sabia como ela era por dentro e por fora para eu ter uma idéia do "tipo" que ele preferia.
Não via a hora de nos olharmos profundamente com aquela louca vontade de nos abraçarmos e saciarmos a vontade do gosto da boca um do outro.
Os dias foram passando, até que aconteceu.
Nos sentamos juntos e as horas foram passando. Ele ria de mim enquanto eu cochilava.
Finalmente nos olhamos. Olhei para ele e ele me olhou. Ele entrou em minha alma e andou pelos meus segredos, descobriu coisas que nem eu sabia.
Ele me deixou sem jeito, com vergonha e fora de mim. Poxa! O que o olhar DAQUELE menino não fazia comigo?
Uma bala de morango fez meu coração quase parar. Ofereci a bala e ele aceitou. O universo parou para olhar o momento em que nossas mãos se tocaram.
Sua mão estava quente e confortavel. Adoraria senti-la em minhas costas num abraço apaixonado.
Nos olhamos mais algumas vezes profundamente como se um quisesse dizer ao outro o desejo que queimava no coração. Mas esse segredo só nossos olhos contavam.
Os lábios? Se guardavam para o grande dia, o dia que não só os olhos confessariam essa paixão, mas a boca também.
Rimos durante um tempo de bobeiras e até brincamos. Foram horas maravilhosas qua passaram mais rápido que um mês inteiro.
O futuro? É só deixar rolar...


quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Parte I

O conheci há um mês.
Ele não tinha nada de especial, para as outras, mas para mim tinha tudo.
Seu rosto de "bad boy" era fascinante, olhava com "eu sou sério" e fuzilava.
De fato era sério, mas também era doce, sensível, cavaleiro... era seus dons maiores.
Tinha dois estilos em um. Da cintura para baixo skatista, da cintura para cima menino-moço.
Sua cor moreno maroto era sem igual.
Ele era meu desejo. Saciar essa vontade era quase obrigatório.
Eu o olhava com carinha de menina tímida com vontade de conversar com ele.
Nos sentamos no banco um dia e ele falo comigo!!! Aaaaaaah, ele falou comigo!
Ele era mais novo que eu, que pena! E daí? Não dizem que o que importa é o sentimento? E era só um ano de diferença... esse um ano nem ia nos fazer falta.
Queria abraça-lo, tocar seu rosto e olha-lo de um jeito que só nós entenderiamos. Ainda não era possível.
Até que um dia... a maior bobeira do mundo me fez feliz.
- Amiga, ele piscou pra mim!
Pô, não era nada, mas meu mundo floresceu no mesmo instante. O dia passou maravilhosamente bem.
Olhei pra ele e ele me olhou. O mundo parou durante alguns segundos, acredito que não só para mim, mas para ele também.
Aqueles segundos foram os mais longos do dia. O universo entrou em harmonia e aí sim fiquei com vergonha! Nunca nos olhamos tão profundamente.
De agora em diante não sei a evolução desse caso, mas dedinhos cruzados para um final feliz.
Vou continuar babando pelo seu rostinho mal, sua pele, sua voz, seu sorrisinho meigo... por seu tudo!

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Prazer, perfeição!


Yuri Bolsoni


Não confunda crocodilo com cocô de grilo!

Não confunda sensibilidade com viadagem.

Não confunda conhecimento com soberba.

Não confunda felicidade com arco-íris.

Nem letra bonita com pessoa bonita.

Por fora boa viola, por dentro pão bolorento

Provérbio brasileiro

Não se iluda achando que solteirisse é solidão.

E falta de sexo não é só sexo, pode ser opção.

Nem tudo que tem rima é poema, música.

Nem tudo que é música tem sentimento.

Olhares


Havia um ano que estava na faculdade. Não havia acontecido nada demais que as pessoas tanto falam. Na verdade achava um saco. Não as aulas, mas a monotonia como não acontecia nada. N A D A.
Uma exceção... Rafael. A gente nunca trocou uma palavra, mas os olhares diziam por si. Quando ele me olhava sentia uma coisa tão boa, o olhar dele me penetrava de um modo que me incomodava e me fazia feliz.
Não sei se meu olhar causava inquietação nele, mas demonstrava tudo o que eu sentia.
Ele era do tipo motoqueiro, usava calça preta, sempre usava sua jaqueta de couro preta, era alto, os cabelos castanhos claros e os olhos da mesma cor.
Não sabia o que cursava, mas sabia que era um atleta e tanto.
Numa belíssima noite estrelada e de lua cheia, resolvi sair com minhas amigas na hora do intervalo. Fomos para frente da faculdade para tomarmos um ar. Vi Rafael só de relance e ele me viu saindo, deve ter estranhado porque eu nunca saia do pátio. Não percebi quando Rafael saiu também. Passou do meu lado, agarrou a minha mão e me puxou. Nossa, estava pisando em nuvens. A mão dele era quente e ao mesmo tempo que era forte era delicada e carinhosa.
O que será que ele iria fazer?
Rafael parou em frente uma moto. Havia dois capacetes.
Ele destrancou os capacetes e colocou na cabeça. Sem trocarmos uma palavra ele empurrou o outro para mim. Estava confusa e com medo. Sem pensar duas vezes dei um passo para trás. Ele sorriu docemente e não resisti. Ele subiu na moto e a ligou. Peguei o capacete e subi também.
Não olhei para trás, mas sabia que as meninas deviam estar de boca aberta.
Ele me levou para um lugar perfeito. Era meio afastado da cidade, num lugar alto onde as luzes de onde nasci eram lindas e onde nada importava, só eu e ele.
Virei para ele e olhei com muitas duvidas.
- O lugar é lindo e combina com você. Não me perdoaria se não te trouxesse aqui e hoje era o dia perfeito. Aconteceu como eu queria. Você saiu do pátio. - me disse Rafael
- É lindo mesmo. Eu também nunca me perdoaria se não viesse com você.
Conversamos a noite inteira. Descobrimos coisas que nunca imaginavamos e tinhamos uma afinidade incrivel. Era mais que na hora de voltar para casa, 1 da manhã.
Nos levantamos daquele gramado bem cuidado sob as estrelas e diante dessa cidade incrivel e antes que me desse o capacete ele me abraçou.
Depois de um tempo olhei em seu rosto e ele chorava.
- Eu te amo. Acredita em mim? - Rafael
- Sim. Eu também te amo. - eu não podia mais guardar isso depois de um ano.
Ele me beijou. Seu abraço era delicioso. Não queria largá-lo, ele passava paz e carinho, esqueci de tudo até de quem era nos braços daquele menino-homem. Queria viver minha vida com ele.
Hoje faz 45 anos que nos casamos e desse dia nunca me esquecerei!

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Para pensar


Uma certa tarde, estava eu no meu msn quando um velho amigo me chamou: "o que você está fazendo de bom?". Respondi: "Nada. Tô lendo um testemunho de uma menino lá da igreja e olhando a goteira do meu quarto".
Pra que disse isso? Ele começou filosofar e dizer coisas que no momento não se encaixava na minha cabeça, mas depois tudo foi se esclarecendo. Pense um pouco ai também! Ele retrucou:
"=] acabei de pensar em uma coisa pra te falar, preste atenção... Você disse que tá olhando a goteira do quarto, mas tipo, você não faz nada pra resolver o problema, pois você não sabe resolver. Você só pode por um baldinho embaixo dela e ficar olhando. Acho que todos no mundo tem problemas, ás vezes problemas que não sabemos resolver pois o problema tem que ser resolvido por alguém especializado..."
Eu ri. Ele continuou:
"Então a pessoa tenta dar um jeito (um baldinho), mas não procura a pessoa especializada pra resolver o problema... bom, na vida temos goteira, tentamos resolver do nosso jeito, colocamos um baldinho e esperamos a goteira parar, ou melhor, damos o nosso jeito e esperamos o problema SE resolver. Mas existe a pessoa certa para resolver nosso problema, no caso da goteira o pedreiro, MAS NOS PROBLEMAS DA VIDA A PESSOA CERTA É DEUS. Mas nos decidimos resolver o problema da nossa forma e não procuramos a Deus para resolver corretamente, ficamos ali olhando o problema esperando ele se resolver, esperando a goteira parar de pingar. Às vezes, mesmo sabendo que Ele é o conserto ainda assim ficamos ali, olhando pra goteira. Bom eu não posso dizer que eu não sou uma pessoa que olha pro problema e deixa Deus resolver, pois eu também fico ali esperando o problema se resolver... mas sem querer, ao ouvir você dizer sobre a goteira veio tudo isso na minha cabeça e eu queria que você guardasse isso não só pra você, mas pra vc um dia dizer a todos que acha que deve dizer."
Não conseguia dizer nada, só resmunguei: "hum..."
Ele: "Você entendeu a história?"
"éé, sim"
"Mas ainda tá aê, olhando pra goteira neh??? xD"
"Tô"
"E o que tá fazendo, colocando um baldinho?"
Eu: "Tem um pano lá embaixo, você não quer que eu suba no telhado pra arrumar.? kkkkkk"
"É claro que você não, vai ligar pra um pedreiro, fazer ele ir arrumar e dar a conta pra sua mãe pagar."
É... é de se pensar!

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Mal(dito) de Alzheimer


Ele ainda é meu amor maior. Mesmo depois de todas as coisas ruins que ele me fez e a mamãe, eu ainda o amo. Amo ainda mais porque agora que eu aprendi o que é amar o próximo, ter compaixão, perdoar e cuidar de quem cuidou de mim primeiro.
Fui mimada por ele, nem abria a boca e ele me dava o que meu coração e consumismo queria... tudo mesmo. Ele não mediu nenhum esforços para não me faltar nada e me encher de regalias. A caçula neh... A rapa do tacho! Ai que maravilha ser a novinha e mimada.
Quando ele saia de madrugada para trabalhar e eu acordava sem ele em casa parecia que uma parte de mim havia morrido. Eu pegava sua camisa listrada de marrom, vermelho e preto e usava dia e noite até sua volta. Sentia seu cheiro na camisa. Quando ele estava em casa e eu entrava no meio dele e da mamãe para dormir, eu me enfiava embaixo de suas costas e ele quase caindo da cama, adormeciamos.
Ele era muito barulhento. Quando acordava nem eu nem mamãe dormiamos. Batia porta do quarto, arrastava o chinelo, ligava a Tevê... nossa que raiva que dava. Hoje sinto falta disso.
Morria de ciumes de qualquer pessoa que chegasse perto dele. Brincava de colocar tic-tacs, chuchinhas e presilhinhas em seu cabelo. Ele nunca permitiu maquiagens, mas quando dormia eu achava minha brecha! Há... não me escapava.
Me lembro de quando ele operou da próstata e quando foi se sentar eu tirei a cadeira e ele sentou de bunda no chão. Tenho remorso até hoje, imagina se ele piorasse? Nem quero pensar nessa possibilidade!
Uma única vez brincamos de lutinha, adorei dar socos na sua barriga grande.
Me vesti com sua jaqueta de couro preta, seu chapeuzinho marrom, sua calça jeans e seu sapatinho gracioso, com um pedaço de papel na boca e as mãos no bolso tiraram uma foto minha. Lembro que queria muito uma boneca da Eliana, aquelas que tinham lançado que era grande e andava. Ele me deu. Quando ia homens na escola vendendo alguma coisa que me interessava, pedia a papai e mamãe e eles me dava. Tenho até hoje a coleção dos livros do Pooh e quatro esqueletos de papel.
Todos os dias ele me dava R$2,00 para lanchar na escola. E quando ele me buscava com sua camionete vermelha... era demais. Pegava em sua mão e iamos para a camionete, chegava mais cedo em casa e ficava toda feliz! Criança!
Adorava ir no 'Rio Grande' com ele e mamãe.
Puxei pra ele. Gênio forte... cabeça dura e teimoooosa. A cara do papai. A garotinha do papai! Quando estava na terceira série, eu não sei da onde tirei essa história, ficava na minha cabeça, algo me falando que quando chegasse em casa meus pais estariam mortos, um do lado do outro na cama e eu fazia muita birra para ir para a escola. Mamãe (acho) achava que era frescura, sei lá. Uma vez fingi desmaiar para ir embora da escola. Mamãe até hoje não sabe o motivo de tudo aquilo, só vocês. Segredo tá? ;)
Chegou os maus dias e papai e mamãe se separaram. Foi o pior dia, o dia que papai saiu de casa. Não veria mais ele palitando os dentes no sofá com o controle na mão, não iria para o portão apertada entre a parede e a camionete. Não o veria todos os dias. Ai que saudade.
O primeiro dia que nos vimos fomos ao shopping. Ganhei uma bota, uma rasteirinha, chocolate e PIZZA! Nossa descendência não nega massas! Italiano. Pena que não herdamos os olhos claros! ;(
Todos os domingos, desde então, passaria com papai.
Comecei treinar boxe entao o via mais vezes na semana porque ele me levava e me buscava na academia.
Mamãe e eu trabalhavamos na feira, e ela não tinha carta. Nosso vizinho começou dirigir para nós, chegou um tempo que ele parou e meu irmão foi nos dar uma força... numa bela madrugada quando meu irmão ia tirar a pirua da garagem os policiais recolheram a pirua. Essa foi uma de outras que papai aprontou. Sem mágoas.
Esses anos se passaram tão rápido... Que saudade.
Esses tempos papai veio ficando bem velho.
Minha tia morreu com Alzheimer. Ela chegou ao ponto de ser criança, fazia birra para tomar remédios, usava fraldas. Não digo para envergonhar. Digo para tirar a dor de mim e pessoas aprenderem com minha esperiência.
Papai, espero que ele não fique assim. Mas ele foi diagnosticado com Mal de Alzheimer. Triste demais. Ele se esquecerá de tudo o que vivemos, se esquecerá que sou sua filha... sua rapinha do tacho, sua garotinha mimada. Agora quem tem que cuidar dele sou eu, e não mais ele de mim.
Sabia que um dia o perderia, mas não pensei que fosse ser tão rápido e achamos que nunca vamos perder a pesssoa que amamos até perde-las realmente.
Uma vez fui na casa de uma grande amiga e o vovô dela estava lá, com esse mal(dito) também e ele pegou nas minhas mãos e me olhou profundamente. Nunca me esquecerei disso, mexeu muito comigo e sinto saudades dele mesmo não o conhecendo, somente ele me vendo com aqueles olhos azuis pedindo "ME SALVE". Meses depois soube que havia falecido. Fiquei triste. Mas sei que a tristeza maior está por vir. A perca de papai... minha vida.
Mas a vida é assim e espero encontrá-lo no céu com Deus, Jesus, os profetas, os anjos e nada de ruim presente entre nós!
E lá será bem melhor!!!
ENTÃO MAL(DITO) DE ALZHEIMER, VOCÊ NÃO PODE SEPARAR UM GRANDE AMOR E NEM MEU PAPAI DE MIM. xP
PARA SABER MAIS: www.alzheimermed.com.br

The night (pedido do leitor)


"Droga de casa, droga de bairro, droga de cidade."- pensava toda hora Laura. Sua casa era no meio do mato, um bairro onde poucas pessoas moravam devido ao preço elevado dos terrenos, não tinha vizinhos e o centro da cidade ficava alguns quilômetros dali.
Seu pai trabalhava a noite quando não havia mais ninguém na empresa e sua mãe, naquela noite, não saira do quarto por causa da enxaqueca.
Quando estava em casa, Laura ficava na internet, afinal o que ela faria no meio do mato e a noite? Nada!
Pelo bairro ser longe do centro da cidade e quase não haver moradores, pessoas inventavam histórias rídiculas de terror e isso não afetava Laura. Pelo menos não até aquela noite.
Era uma cidade muito quente e Laura estranhou quando um forte vento soprou e abriu a janela da sala. Correu para fechá-la e quando olhou para fora viu um homem a observando. Não conseguia ver seu rosto, pois estava escuro e usava preto. Com medo de ser um assassino apagou a luz e correu para o quarto onde falava com uns amigos de outra cidade pelo chat.
Entrou em seu quarto e a mesma figura que vira no jardim estava em seu quarto.
- Eu te espero aqui. - disse o homem com uma voz forte e alta.
Laura correu para o quarto de sua mãe. Não podia acreditar! A cama de sua mãe estava ensopada de sangue e sua cabeça cortada. Seria um serial killer que matava por prazer? Sua família nunca fez mal a ninguém e sempre ajudava aos necessitados.
- Preciso do telefone... papai! - correu para a sala. - Droga! Linha cortada. Será essa minha morte?
Pensou em sair correndo para a cidade, mas como toda garota boba voltou para o quarto deduzindo poder vencer aquele homem.
Abriu a porta tentando demonstrar a segurança e coragem que não tinha. Levava um vaso na mão.
- Boa menina. - disse o homem.
Laura jogou o vaso na cabeça dele, mas o vaso atravessou como se naquele espaço não houvesse nada.
- Impossível! - desacreditou Laura.
Com uma rapidez que desconhecia, o homem parou rosto com rosto a Laura.
Sentia como se uma espada muito fina de aço cortante dos dois lados atravessasse seu corpo. Não sentiu. Seu único corpo caiu em dois pedaços no chão de seu quarto que fora desenhado por seu tio e decorado por sua mãe.
Num rápido pulo, Laura acordou assustada. Já era noite e seu quarto estava abafado. Foi até a janela para abri-la e se refrescar. Lá fora, o homem de seus sonhos a observava. Ele a avisou, minutos antes, sua morte.

O que te faz FELIZ?




Com R$20,00 eu sou feliz! Um aquário de R$12,00 um peixe de R$7,00 e a comida R$1,oo.

Ficar olhando o peixe fazer nada me faz feliz. Ele não tem preocupações, amores, dívidas, amigos falsos, nada disso, e quando a gente olha a calma e a delicadeza com que eles nadam você viaja...

Chocolate me faz feliz! Mas depois dá espinhas, então não fico tão feliz.

Ele se chama Freddy, faz apenas alguns dias que ele é MEU, mas eu amo ele!


Eu seei que tá muuuito gay o Freddy nesse aquário ROSA, com pedras ROSA, um ursinho ROSA do lado e um pano ROSA embaixo, mas isso NÃO afeta na sua opção sexual, ok?

É isso ai, mas pode deixar que não vou morrer sozinha como no cara ali debaixo com seu cachorro. Ainda tenho família, tenho amigos e um peixe!

Beijinhos... AH! O que te faz FELIZ?

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Um velho companheiro


Tinha 20 anos quando o conheci. Tinha acabado de perder minha família num acidente. Eles fora fazer uma excursão para o litoral e na volta, um caminhão que levava mármores para as casas chiques da praia se chocou com o ônibus. Minha família despencou serra abaixo. Caixões lacrados. Papai, mamãe, tios e tias, primos e primas, vovô e vovó e minha única irmã se foram de uma vez sem uma despedida. Nos destroços do ônibus que o legista recolheu só restou o filme da máquina. Meus familiares não eram modernos e não se davam bem com máquinas digitais, revelei as fotos e vi o último sorriso de todos. Com certeza sentiria muita falta deles.
Algumas semanas se passaram como se o relógio quisesse aumentar o tempo de minha dor, devagar e mais devagar, resolvi caminhar pela cidade para ver alguns rostos felizes e algumas vitrines quando o vi.
Ele me olhava com a carinha mais bela do mundo! Implorava para mim levá-lo para casa e o tirar daquela mini jaula para correr livremente em um quintal digno para cachorro.
Não me perdoaria nunca se negasse abrir a porta para a felicidade entrar, entrei na loja e comprei meu novo companheiro. Não só levei ele como comprei arranhador, escova de dente, uma cama, um comedouro ajustável, brinquedinhos e tudo que um cachorro tem direito depois de me implorar para levá-lo para casa.
E adiantou eu comprar cama para ele? Não. Ele subiu as escadas com dificuldade, pois era muito pequeno e pulou na minha cama grande e macia, como eu não sei! Talvez foi a ajuda da banqueta que tinha na beira da cama.
Dei a ele o nome de Jasper. Significa riqueza, tesouro e veio do latim. Com certeza ele era minha nova riqueza, meu novo tesoouro de vida. Que me tiraria dessa tristeza e faria meu tempo passar mais rápido e feliz.
Ele foi crescendo e fomos nos conhecendo melhor, quando ele fazia arte eu só olhava para ele e entendia o sermão que queria dar. Nos entendiamos muito bem!
Ele dormia comigo, na minha cama. Onde eu morava era muito frio e seus pêlos aqueciam meus pés. Minha vida não fazia mais sentido sem Jasper. Eu não era casado, não tinha filhos então não havia problemas em minha relação com ele.
Ele corria no quintal e estragava minhas flores do jardim. Tinha que plantar de novo, era feio uma casa com o jardim detonado, mas eu não achava ruim. Jasper me deu uma série de passatempos, o que fazia eu esquecer dos acontecidos.
Anos se passaram e Jasper era mais importante para mim. Vinte anos depois, Jasper estava doente e velho. Fiz de tudo para ele viver mais um pouco. Levei aos melhores veterinários, comprei os melhores remédios e até guardei seu sêmem para quem sabe no futuro dar a alegria a Jasper de filhos. Não adiantou muito... Estavamos na cozinha fazendo meu jantar e ele deitado na sua cama, o que era muito raro, ele adormeceu. Eu contando minha história preferida para ele de quando eu e minha irmã fomos pela primeira vez no parque, sempre citava quando ele estava adormecendo. Desliguei o fogão cheio de fome e olhei para Jasper. Por que não estava respirando?
Aquela noite, com meus 40 anos de idade, perdi outro pedaço de mim. Meu velho companheiro também me deixou.
Só restou as lembranças e saudades. Meu pai me ensinando andar de bicicleta sem rodinhas, a primeira bicicleta que tive, vermelha e preta. Minha mãe me ensinando fritar ovos com bacon para levar para minha irmã na cama. Minha irmã de mãos dadas comigo para atravessar a rua em frente a escola. Meus primos e primas jogando palitinhos quando criança apostando danones de morango e meus tios e tias na mesa do almoço de domingo.
Comigo a vida foi cruel. Vivi muito, até os 98 anos. Como morri? Sozinho!

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Abrindo os olhos


Com os olhos abertos e com um silêncio que apenas ele escutava, ali deitado no chão como se estivesse descansando da vida sofrida que teve quando criança.
Infelizmente a unica coisa que ele poderia despertar era o olhar que já não se descansava, não dormia, não se fechava, não se movia, nada... nenhuma reação, apenas o sangue deslizando muito devagar como se fosse um vinho escorrendo numa mesa torta.
Estava tudo tão quieto, que nem o som do relógio batendo a meia-noite a incomodava. O único som que ela ouvia era de seu coração batendo e seu pensamento inquieto. Pensava em como tudo aconteceu e como teve coragem de cortar a garganta de seu próprio amor.
Talvez saiba como, mas não quer acreditar.
Apenas uma briga de várias que poderia vir, uma única briga que muda o sonho de ser feliz com ele pela eternidade.
E pensar que a eternidade chegou tão rápido.
A menos de dois meses eles se casaram com vários sonhos, sonhos que agora não valem de nada, sonhos que agora escorregam entre as fendas do assoalho da casa que ele comprou e que eles viveriam juntos.
Com um som na porta em breves batidas, as suas mãos param de tremer e ficam imóveis até o som de seu peito tentando explodir, sessa tentando planejar alguma desculpa enquanto se dirigia até a porta. Para na frente dela e abre bem devagar, um olhar rapido entre a porta aberta revela quem era a pessoa que batia aquela hora, abrindo a porta por completo e sem se preocupar com o corpo de seu marido estirado no chão.
Uma voz rouca e alta sem se preocupar com o horario e o acontecido, pergunta a ela:
- Está feito?
- Claro, disse que ia fazer antes da meia-noite - disse bem rápido e baixo com a voz melancólica e meia sofrida.
- Pare com isso. Sei bem que está muito contente por ter feito isso, então vamos, me mostre a porta dos fundos. - se dirigia para o corpo frio e manchado de sangue.
Com o corpo dentro de um saco negro, próximo a porta que dava para o jardim tão grande quanto a casa, foi sendo arrastado até um beco escuro, que a única luz eram os faróis de uma camionete, jogou o corpo na camionete como se fosse um simples saco de lixo.
Dentro da casa, a mulher que acabara de assassinar o próprio marido por uma discussão que ela mesma criou para ter um motivo para retalhar a garganta dele sem um pingo de pena, estava colocando um tapete bem pesado na mancha de sangue que já estava negra, vendo a camionete se distanciando pelo portão enferrujado e sorrindo como nunca sorriu antes.
Após um mês, livre de culpa e sem nenhum indicio que Carlos foi morto na sala onde agora não tem nenhum tapete e nenhum piso de madeira, sua vida está perfeita.
Carlos era um grande investidor que tinha uma grande fortuna e nenhuma família, foi casado por dois meses com Simone, uma garota de passado desconhecido, foi dado por desaparecido já a um mês, seu corpo foi encontrado em um rio perto da mansão onde morava com vestigios de que o corpo fora mutilado pelas piranhas, só foi possivel reconhece-lo pela arcada dentária.
- É tudo?
- Sim. Não temos mais indicios de que fora a mulher dele.

Foi ele!


Era madrugada. Talvez 5 da manhã. Estava eu na feira, correndo! Sei que não é normal correr as 5 da manhã na feira, e não me lembro o porque exatamente pois tudo se dissipou naquele instante.
Ele era demais! Quando o vi, as estrelas desceram até onde eu estava e meu mundo se encheu de arco-íris.
Ele elegante, cabelos batendo nos olhos castanhos claros e um sorriso m-a-r-a-v-i-l-h-o-s-o.
Ele me olhou, mas não me notou, eu o olhei e fiz mais que notar, me apaixonei. Não teria nem como ele me notar, eu estava de calça branca larga, uma camiseta masculina e vivia de cabelo preso, por que ele me notaria?
O dias foram passando e eu achei q o velho sábio chamado tempo levaria esse amor junto, mas foi exatamente o contrário... cada dia que passava aquele amor ia aumentando e ele ñão me notando.
Parei e olhei a minha volta. Será que eu era a única rídicula do universo feminino? Eu era a única que se vestia igual um menino e ai estava a razão de não ter ganho meu primeiro beijo!
Resolvi mudar. Entrar finalmente para o padrão feminino e virar escrava da beleza perfeita. Mudei meus sapatos e blusas, as calças continuaram e até que era charmoso esse estilo.
E que mudança radical, conheci ele! Não queria ser psicopata apaixonada por ele, mas acho que estava virando uma. Tudo o que eu comprava na banca do pai dele eu guardava a sacola (hoje 8 anos depois é capaz de ter alguma nas gavetas ainda), eu chorava todos os dias implorando pelo amor daquele garoto que não me dava a minina! Meu ritual sagrado, chorar!
Cada noite era um sonho, só sonho mesmo que eu nem sabera ainda que nunca se realizaria.
Chegou o dia! Ele me queria como eu o queria! Finalmente ia acontecer... iria sentir seu gosto, seus lábios... iria sentir seu cheiro de tão perto que nunca mais me esqueceria, iria tocá-lo loucamente abraçando e saber que o que passaria a ele era verdadeiro e eterno.
Meu mundo caiu, e eu fiz ele cair. No momento da minha realidade eu falhei, falhei e quem sabe um dia me perdoasse por essa falha.
Meu momento real se tornou sonho novamente.
Seis anos se passara e aquele menino não deixava meu coração em paz, ele insistia em morar no meu coração mesmo eu já tendo dado a ordem de despejo.
Seis anos e nada de amor correspondido e no momento que isso ia se tornar real eu fiz se tornar sonho de novo.
Talvez os amores eternos e realizados sejem assim, feitos só para viver nos sonhos.
E essa foi a história do meu primeiro amor!

Se eu fosse dona do mundo




Eu faria tantas mudanças... Resgataria a sensibilidade das pessoas bem lá no fundinho delas para que prestassem mais atenção no canto dos pássaros, no som do vonto, no toque da brisa, na delicadeza da água, no desespero da falta de ar... na delicia da vida!

Talvez se as pessoas fossem resgatadas para essas simplicidades da vida elas pensariam milhões de vezes antes de matar, roubar, bater em um idoso, machucar uma inocente criança, criar coisas absurdas para destruir o próximo e automaticamente você próprio.


Eu mudaria as guerras em paz, todo mundo hippie... não necessáriamente todo mundo hippie, mas que a paz e o amor fosse o centro do mundo de cada um.

Eu mudaria a ignorância das pessoas em sabedoria, porque em um mundo perfeito e/ou imperfeito a sabedoria é essencial e não determinaria idade para isso não!

Eu mudaria o amor e obsessão ao dinheiro pela solidariedade e compaixão as pessoas necessitadas, ao carinho e querer ver o bem-estar do seu semelhante.

Eu mudaria muita coisa... mas não sou Deus para ter esse poder e nem mesmo quero ser! Está ótimo ser filha dEle.

Se tudo isso está acontecendo é porque propósito tem, se eu e você fazemos parte desse mundo é porque o mundo precisa de nós e não nós do mundo! Se liga, quem faz o mundo é você e é sua responsabilidade se ele está fora de ordem...Não sou dona do mundo, mas sou dona de mim e de minhas atitudes e sei o que preciso fazer para torná-lo melhor. Você sabe?

Vou te contar...


Lá estava ela... linda! Não sabia o que roubava-lhe mais a atenção, o mar com suas ondas que se formavam cada hora de um jeito ou cada movimento daquela garota que o encantava.

- Preciso me aproximar! Mas como?- Falava consigo mesmo querendo correr e pegar aquela mulher no colo e dar um abraço eterno.

Foi a um quiosque e comprou dois cocos, tomou um gole de coragem e foi de mãos dadas com a sorte de encontro aquela mulher.

- Me acompanha? - e entregou-lho um coco.

Com essa abordagem a moça não teve como recusar e percebeu que ele estava tremendo. Achou uma graça, pois ninguém havia chegado com tanta coragem, respeito e vergonha. Essa mistura chamou-a a atenção.

- Está perfeito! Geladinho como gosto. Qual sua graça? - Perguntou-lhe a moça.

- Roberto. E a sua? - Saberia agora o nome da amada.

- Betina.

Até seus nomes combinavam. A mistura perfeita Roberto e Betina, como lasanha no domingo com a família.

Passaram o resto do dia conversando como se conhecessem a muito tempo. Falaram de coisas nunca faladas com outras pessoas, assuntos interessantes que a prendia aquela conversa, mas era ela que queria estar presa.

'Ele até que é bonitão', pensou Betina.

O pôr-do-sol beijando o mar não demorou a chegar e nem a paixão arrebatadora que nascerá ali. A noite foi perfeita, como se fosse a primeira noite vivos no mundo. E o resto...

Ah! O resto é mar...